dopamina de bolso

14/10/25

dopamina de bolso

bom dia. prazer virou delivery. chega rápido, acaba rápido, e deixa a gente sempre querendo mais. mas será que viver é só isso?

NA GAVETA
  1. Meu atual sonho de consumo. Ótima ideia para presentear alguém também.

  2. Achei isso incrível.

  3. Para pensar sobre como separar as coisas na nossa era digital.

  4. Viciada nesta música!

  5. Esse é para quem ama filmes com cachorros fofos!

  6. Esta seleção de aplicativos que sempre salvam.

POV

Você já percebeu como desaprendemos a esperar?

  • ⌚️ Cinco minutos de fila parecem tortura.

  • 📵 Ficar sem celular por algumas horas parece quase impossível.

O que está por trás disso é a lógica do prazer imediato. O cérebro humano foi programado para buscar recompensas — é assim que a dopamina funciona: como um sinal de que algo vale a pena.

Mas hoje não precisamos mais atravessar um deserto para ter água, nem caçar para ter comida. Um clique resolve. 

O resultado disso? Estímulo constante, recompensas rápidas e um cérebro sobrecarregado. E quanto mais prazer rápido a gente consome, mais impaciente a gente se torna.

A ciência chama isso de “neuroadaptação”: quanto mais exposto a picos de dopamina, menos sensível o cérebro fica.

O que antes bastava, já não basta mais. É por isso que a série de 10 episódios precisa ser maratonada em dois dias, o vídeo tem que ter menos de 15 segundos e a comida tem que chegar em meia hora. Aprendemos a viver de pico em pico, como se qualquer intervalo fosse intolerável.

Mas o prazer imediato não é só biológico, é também cultural. As redes sociais transformaram nossa vida num caça-níquel.

Cada curtida, cada notificação, cada comentário é uma microdose de dopamina que reforça a ideia de que somos o centro do mundo. O algoritmo não quer que você pense — quer que você consuma. Ele cria a ilusão de importância, de urgência, de que você precisa se manifestar o tempo todo. E nós, cada vez mais, acreditamos.

Essa overdose de prazer tem um preço: a incapacidade de lidar com a frustração. Não sabemos mais ficar sozinhos com nossos pensamentos, suportar o desconforto do esforço ou atravessar o silêncio sem buscar anestesia.

  • Como construir algo duradouro se fugimos do esforço que dá sustentação?

  • Como amar de verdade, se não aceitamos as partes difíceis de um relacionamento?

  • Como criar algo relevante, se desistimos no primeiro obstáculo?

E aqui vem a provocação: Será que, nessa busca infinita por prazer, não estamos justamente desperdiçando a vida? Quanto mais corremos atrás, mais vazios ficamos.

O prazer nos atrai, mas é o desconforto que nos transforma.

@Gabi

DESAFIO DO DIA

Um pouco mais de 52% dos que votaram (186 pessoas) na enquete da edição anterior (09/10) disseram ter conseguido fazer algo que sempre os envergonhou. Abaixo, alguns comentários:

🎤 “Quando era adolescente, gostava de gravar alguns covers, mas sempre fui muito insegura — queria que saísse perfeito. Agora, depois dos 30, resolvi fazer um TikTok, voltei a me gravar e postei sem pretensões. Gostei de me reconectar com um hobby e tenho me sentido melhor ❤️.”

🚊 “Andar de metrô sozinha pós-pandemia... parece pouco.. mas é muito para mim... um simples para muitos ...

💼 “Sai de um emprego extremamente tóxico para um trabalho onde me sinto bem todos os dias. E, com todo o frio na barriga de um recomeço, pude realizar uma apresentação-resumo do treinamento que tive junto ao meu grupo de novatos, dançando e cantando uma música inventada por nós em relação a empresa para toda operação. Sem medo, vergonha ou restrições. Isso tudo fortaleceu muito nossa integração ao novo trabalho e com certeza agregou em nossa vida pessoal para tornar tudo mais leve.

🏃 “Comecei a correr. Sempre achei muito legal a corrida, mas tinha vergonha por achar que eu não tinha o pace perfeito e que não aguentaria correr muito como as outras pessoas conseguem. Mas fui lá e foi perfeito. No meu ritmo, sem se importar com os outros apenas me importando com a minha saúde e com a sensação de estar viva que a corrida traz.

E sobre o desafio da última edição: Você conseguiu escolher uma coisa simples da sua rotina e viver como se fosse a última vez?

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Vamos ao desafio de hoje…

tradução: “tudo o que temos é o agora”

Hoje, tente ficar 15 minutos em silêncio — sem celular, sem música, sem distrações. Só você com você. Observe a vontade de preencher o vazio e perceba que o desconforto também pode ser um lugar fértil.

FILOSOFANDO

O orgulho dos pequenos consiste em falar sempre de si próprios; o dos grandes em nunca falar de si.

Voltaire

Se você precisa se exibir para ganhar respeito, é porque ainda não é respeitado o bastante. As nossas atitudes — e seus frutos — dizem muito mais do que qualquer palavra. Essa é a verdade.

A frase de Voltaire fala por si só, mas, como gostamos de fazer por aqui, vale pensar: por que será que os grandes não sentem tanta necessidade de falar sobre si mesmos?

  • Talvez porque já tenham que lidar com tantas bajulações, convites e elogios que não ser o centro das atenções por alguns segundos pode ser até um alívio.

  • Talvez porque foi justamente o espírito humilde de escutar, observar e aprender mais que os levou a chegar onde chegaram.

  • Talvez porque tudo que o sucesso exigiu os amadureceu de várias formas, a ponto de sentirem vontade de ser agradáveis e se interessar pelas pessoas ao redor. Afinal, sabem que a forma de vencer é fazer outras pessoas vencerem e crescerem também.

  • Talvez ainda porque o que realmente querem é aproveitar o que construíram em silêncio, afinal, sabem bem que sempre haverá gente chata, mesquinha e invejosa pronta para criticar e desmerecer o que quer que seja.

Ser capaz de sair de si, enxergar e se interessar por coisas e pessoas além do próprio umbigo já é, por si só, uma característica que torna alguém maior do que aqueles que vivem aprisionados em seu próprio egoísmo e vaidade — os que precisam sempre se provar, na tentativa desesperada de fazer com que até eles mesmos acreditem na sua “exuberância” e poder.

Mas, no fim, ser e parecer são coisas muito diferentes — e as coisas realmente belas, interessantes e boas não precisam pedir atenção.

DESABAFO

Sou casada há quase 20 anos e temos duas filhas. Um dia, conversando sobre a morte com meu esposo, eu perguntei se ele casaria novamente caso eu morresse. A resposta foi sim — junto com "por nossas filhas". Fiquei pensativa, mas também triste. No fundo, gostaria de ouvir um "não". Como lidar com isso?

Você é casada há quase 20 anos, tem duas filhas e ainda depende desse tipo de comprovação no seu relacionamento?

Veja bem: há quase duas décadas o seu marido está com você, te escolhendo todos os dias, apesar dessa imaturidade e carência emocional que você deve demonstrar de várias outras formas — além dessa pergunta e reação meio adolescentes.

Você realmente acha que ele dizer um “sim” ou “não” pra essa pergunta muda o amor dele por você?

Muito mais do que palavras — mesmo que elas sejam importantes vez ou outra —, não seria o amor justamente essa atitude e o compromisso de permanecer aí, mesmo quando as coisas não são favoráveis?

Será que você não poderia amadurecer um pouco mais, tendo em vista que há motivos suficientes para confiar na vontade do seu marido (há quase 20 anos) de ficar ao seu lado?

  • Por que você fez essa pergunta?

  • O que, dentro de você ou na relação, te fez sentir a necessidade de escutar uma resposta para essa questão?

O que quer que seja, talvez possa ser ajustado com diálogo e sinceridade. Você pode começar, por exemplo, sendo honesta com seu marido e dizendo que a resposta dele te tocou.

Não precisa ficar de cara feia, apenas diga o que te incomodou, como uma adulta casada há quase 20 anos.

Mas evite ser insistente nas discussões também, porque homens são diferentes de mulheres. Eles não gostam de ficar discutindo a relação; preferem pensar logo em algo prático para resolver o problema. Não se ofenda com isso — leve na brincadeira, com leveza. Quem sabe até diga, rindo:

“Da próxima vez, diga que não me trocaria por ninguém e me dê um beijo. Porque, se eu morrer e você se casar de novo, eu venho assombrar vocês.” 😂

Pronto. Não há por que se estressar e deixar de curtir o seu marido por uma coisa boba assim. Desejo muito amor e cumplicidade para vocês! 💛

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LAST BUT NOT LEAST

Se tem solução, para que se preocupar? Se não tem, pra que se preocupar?

RODAPÉ

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