descomplique.

03/07/2025

descomplique

para que complicar o que não precisa ser complicado? peça desculpas, pare de procurar e não enrole pra fazer o que terá que fazer de qualquer forma. se responsabilize pela carapuça que te serve.

POV

A vida já é complicada. Então, por que complicá-la ainda mais?

Estamos todos caminhando por aí carregando o nosso fardo de “ser”, descobrindo “por que se é” e o que fazer com isso. Além disso, devemos suportar todas as consequências de toda essa história.

Precisamos crescer, amadurecer e aprender. Aprender sobre o mundo, sobre nós e sobre como nos relacionar bem com os outros para sermos plenos e felizes.

Apesar de esses aspectos serem o que dá cor e sentido à vida, eles já são, por si só, bastante complicados. Mas, como se não fosse suficiente, muitas vezes insistimos em torná-la ainda mais difícil:

  • Em vez de proclamar uma simples palavra de 3 sílabas — “desculpa” —, nos afogamos no orgulho e na solidão como consequência;

  • Em vez de perdoar alguém e entender que ela tem seus próprios motivos, guardamos rancor e não perdemos a oportunidade de falar mal e manchar sua alma;

  • Em vez de desligar o celular, ficamos rolando o feed do Instagram, que nos faz sentir inveja, perder tempo para organizar o caos ao redor e nos sentir cada vez pior com nós mesmos;

  • Em vez de entender que errar faz parte e que o mais importante é o próximo passo, deixamo-nos paralisar pela culpa;

  • Em vez de nos afastarmos de quem nos faz mal, insistimos em provar que somos dignos de amor, mesmo que o outro não tenha o que oferecer;

  • Em vez de nos afastarmos de quem nos faz mal, insistimos em alguém que nos coloca para baixo, mesmo sendo dignos de um tratamento melhor, do amor e da atenção de quem não tem isso para nos dar;

  • Em vez de aceitar que ninguém é perfeito, escolhemos apegar-nos aos pequenos defeitos para crucificar e descartar pessoas com quem poderíamos construir uma relação duradoura e real — se ao menos amadurecêssemos;

  • Em vez de fortalecer o corpo e promover saúde, movimentando-o e alimentando-nos com inteligência, insistimos em embebedar-nos, render-nos à preguiça e aos prazeres momentâneos de comidas cheias de calorias, gordura e açúcar;

  • Em vez de usar nosso tempo para aprender coisas interessantes, que podem nos ajudar a lidar melhor com as questões difíceis da vida, entupimos o cérebro com entretenimento barato e maldoso;

  • Em vez de permitir um respiro mental de vez em quando, nos cobramos produtividade a qualquer custo, o tempo todo.

Por que criamos problemas onde não deveria haver? Nas coisas que são naturais da vida humana: ter que lidar com os outros carregando seus próprios fardos, e suportar e desembaraçar o seu próprio fardo de existência.

A vida já é complicada, mas, de várias formas, ainda insistimos em complicá-la ainda mais. Por que será?

Você nunca mais terá o dia de hoje. Nunca mais será exatamente a pessoa que é agora, com essa bagagem e cargas que tem para carregar. Será que não dá para colaborar consigo mesmo? Descomplicar o que não precisa virar problema.

A discussão desnecessária ou o drama em torno das suas questões. Afinal, cada um está lidando com seus problemas. Insistir em complicar o que não é tão complicado assim torna a vida mais amarga.

A discussão desnecessária ou o drama exagerado. Cada um já está lidando com seus próprios problemas. Complicar o que é simples torna a vida mais amarga.

No fim das contas, só você pode descobrir o que está dificultando na própria vida. E o mais importante: descomplicar é uma tarefa exclusivamente sua.

DESAFIO DO DIA

Quase 85% dos que votaram (842 pessoas) na enquete da edição anterior (01/07) disseram ter conseguido ficar em silêncio, seja no trânsito, na academia, ao chegar em casa ou em qualquer pausa no meio do dia. Abaixo, alguns comentários:

🧑‍🍳 “O desafio da última edição me fez ter um belo momento cozinhando. Me propus a preparar o almoço sem nenhum tipo de distração. Pude me concentrar naquele momento, observando cada som, cada cheiro, cada textura daquilo que cozinhava, e depois me sentei para comer a refeição também em silêncio. Foi um ótimo exercício para a mente.

💼 Sim! Trabalho em um ambiente bem agitado, num departamento de vendas em que as pessoas falam o dia todo. E, da mesma forma, passava o dia todo com fone de ouvido para inibir o barulho. Nas últimas semanas, passei a deixar o fone de lado para ouvir o que as pessoas tem a dizer, entender melhor esse ambiente e não ficar dependente de proteção contra o barulho das pessoas — coisa que eu não posso controlar. Está sendo um processo desafiador, mas bastante interessante!

🚶“Tenho ficado em silêncio durante todo o meu trajeto do trabalho para casa. Costumo andar cerca de 1km da estação de metrô até minha casa, e eu nunca conseguia fazer isso sem estar ouvindo música. Atualmente, evito usar fones de ouvido e isso tem me ajudado a refletir sobre questões que deixo passar ao longo do dia e a pensar com mais clareza sobre tudo que preciso resolver. Está fazendo muito bem para minha mente.

E sobre o desafio da última edição: Você conseguiu fazer algo que precisava ser feito? Lembrando: amadurecer é só dar o primeiro passo, mesmo quando o outro ainda está parado.

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Vamos para o desafio de hoje…

Pense: qual seria um dos pontos discutidos no texto acima que você poderia descomplicar hoje?

FILOSOFANDO

A maior parte das nossas opiniões é herdada.

Friedrich Nietzsche

A gente acha que tem opinião, mas muitas vezes só tem memória.

  • Memória do que ouvimos sem questionar.

  • Do que aprendemos vendo — sem nunca escolher.

  • Da mesa do jantar da infância, dos silêncios da casa ou das repetições da escola.

O que chamamos de personalidade pode ser, em grande parte, o reflexo do meio.

Padrões automáticos que foram criados — e que, às vezes, nem percebemos que estamos “obedecendo”. Até que um dia, eles te levam para um lugar onde você não quer mais estar.

Aquele mesmo tipo de relacionamento. Aquela mesma dificuldade de se posicionar. Aquela mesma crítica interna — que nem é sua.

Nossos padrões mais profundos — principalmente os emocionais — costumam nascer de traumas pequenos ou grandes. Um elogio que nunca veio ou um medo que sempre permaneceu. E traumas não curados tornam-se crenças silenciosas:

  • “Não sou suficiente”;

  • “Preciso agradar”;

  • “Não posso falhar”.

Essas crenças guiam escolhas, sabotam conquistas e moldam opiniões — mesmo que você nem perceba.

É por isso que autoconhecimento é libertador. Até que você se observe com profundidade, viverá mais como continuidade do que como escolha.

Nietzsche nos lembra: viver de forma autêntica começa por identificar o que foi colocado em você — para, só então, decidir o que ficará.

@Gabi

DESABAFO

Ando puto. Todos os dias e todas as horas. Começo o dia bem, mas, ao chegar na empresa, tenho a sensação é de que as pessoas simplesmente não pensam em seus atos, demandas — e ignoram regras, políticas e conceitos éticos. Todos os dias as pessoas me irritam com sua incapacidade de fazer o básico. É isso, tenho feito terapia e, vira e mexe, o assunto é o trabalho e em como as pessoas se tornaram irritantes.

A gente ama acreditar que o caos está do lado de fora, que os outros são irritantes, preguiçosos e antiéticos — e, às vezes, realmente são.

Mas, quando tudo e todos nos irritam o tempo todo, vale perguntar-se: o que dentro de mim está sendo cutucado?

Será que você não está projetando um nível de exigência que ninguém conseguiria alcançar?

Não estou dizendo para você se conformar nem aceitar o erro alheio sem critério. Mas talvez a sua irritação constante esteja querendo te revelar mais sobre você do que sobre eles.

  • Sobre controle, expectativas e idealizações.

  • Sobre como você lida com frustração — e por que o outro te afeta tanto.

  • Sobre o quanto o seu bem-estar ainda depende do comportamento dos outros — e o quanto isso te aprisiona.

No fim, todo mundo tem suas incoerências — inclusive você. E talvez crescer seja isso: parar de esperar perfeição nos outros para, então, viver em paz com as próprias imperfeições também.

Em conversas com alguns amigos, sempre alguém é escolhido para ser comentado e criticado. Porém, quando não estou por perto, sinto que eles falam mal de mim. Como faço para acreditar nas pessoas e realmente me abrir com elas?

A verdade é que, se as conversas sempre acabam em julgamento, cedo ou tarde o medo de ser o próximo aparecerá. Se o grupo só funciona quando alguém é o alvo dele, o elo que une não é carinho — é fofoca.

Essa dúvida que você sente é importante: ela te protege. Mas também te desafia a refletir sobre o tipo de relação que você quer construir.

Confiança não nasce onde há competição ou julgamento. Ela se cultiva na escuta, na presença e no acolhimentonão na fofoca. Falei mais sobre o tema neste episódio.

@Gabi

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NA GAVETA
  1. A sua opinião é mesmo sua? Pense nisso!

  2. Você sabia que eu tenho uma marca? Contei tudo sobre a criação dela aqui.

  3. Assisti a um episódio dessa série — e deu vontade de assistir mais.

  4. Um lembrete sobre a sua rotina.

  5. EU QUERO FAZER ESSA RECEITA DOCE SAUDÁVEL.

LAST BUT NOT LEAST

Você é uma pessoa incrível, e sua vida será preenchida com bênçãos!

RODAPÉ

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cc: @sarinhaspov e @gabriellagoldenstein

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